Ninguém segura o Papão da Curuzu hoje contra o Ypiranga



Embalado pela surpreendente vitória no Re-Pa do último final de semana, quando todas as previsões davam, por coerência, o favoritismo ao adversário, o Paysandu estreia, hoje, no returno da Série C do Brasileiro, esperando tirar proveito do alto astral que vive no momento. O Papão recebe a visita o Ypiranga, às 20h, na Curuzu, pela 10ª rodada do campeonato. A equipe bicolor, que ocupa a 4ª colocação na tabela de classificação, com 13 pontos, tem a possibilidade, ainda que momentaneamente, de assumir a liderança do Grupo B da disputa, podendo até permanecer no topo no final da virada.

Para encerrar sua participação na rodada na liderança da chave, o Papão precisa, primeiro, fazer o seu dever de casa frente ao Canário do Sul e, depois, ficar de camarote torcendo por resultados que lhe sejam favoráveis nos jogos do Juventude-RS (15 pontos), Clube do Remo (15) e São José-RS (14), 1º, 2º e 3º colocados, diante do Luverdense-MT, Boa Esporte-MG e Tombense-MG, respectivamente. Uma composição bem complicada, mas possível de se acreditar, ainda mais para quem passa por um bom momento, como é o caso dos bicolores.

A possibilidade de voltar à liderança, além do triunfo contra o principal rival, é, também, outro fator que serve de estímulo ao técnico Hélio dos Anjos e seus jogadores. “Estamos muito confiantes de que a gente possa embalar definitivamente no campeonato”, contou, na quarta-feira, o atacante Nicolas. Antes, no domingo, Hélio já mirava, logo após o Re-Pa, a primeira colocação. “Na próxima rodada, podemos começar a disputar a primeira colocação”, projetou o treinador.

Se antes do Papão amargava uma sequência de oito jogos sem vitória, seis deles na Série C - os outros dois pela Copa do Brasil, diante do Internacional-RS -, agora o time está há quatro sem perder, conforme frisam o técnico e seus comandados. “Então é o momento ideal para arrancarmos de vez no campeonato”, apontou o zagueiro Perema, que está sabendo aproveitar bem a oportunidade dada por Hélio, que vê no jogador peça fundamental da defesa do time.

“Ele lembra o Belterra, outro grande zagueiro com quem trabalhei aqui”, comparou o treinador. Com tanta moral, Perema parece ter conquistado de vez a condição de titular, desbancando Victor Oliveira. Mas o defensor paraense quer evitar que o prestígio lhe atrapalhe. “É não deixar isso subir à cabeça e dar continuidade ao trabalho”, afirmou o zagueiro, que hoje volta a formar dupla com Micael na “cozinha” da equipe frente ao perigoso adversário da região Sul.

“Quero que minha equipe tenha poder de fogo”

O técnico Hélio dos Anjos, como já se tornou uma constância entre os treinadores brasileiros, não informou, ontem, a equipe do Paysandu que ele deverá mandar a campo contra o Ypiranga. Contudo, ele pelo menos antecipou que evitará grandes novidades para o confronto. “A única coisa que posso adiantar é que a gente vai mexer o mínimo possível”, avisou Hélio logo em sua primeira resposta na entrevista de ontem à tarde, na Curuzu. “O único problema é a ausência do (Thiago) Primão em relação ao último jogo”, completou o técnico, se referindo ao volante suspenso.

O comandante bicolor, no entanto, evitou antecipar quem seria o substituto do meio-campista. “A opção que vamos criar será uma opção natural”, desconversou. “Não vamos com essa mudança alterar o posicionamento da equipe. Vou tentar facilitar taticamente para o homem que vai entrar no lugar do Primão”, avisou Hélio, que disse ter gostado muito do treinamento da véspera, no campo do Deca, em Benfica, numa espécie de apronto do grupo. “Definiu tudo o que eu queria”, justificou.

Hélio revelou que a composição bicolor já está escalada. “A equipe na minha cabeça está definida, sem maiores mudanças”, anunciou. A preservação da base que atuou no Re-Pa, conforme a expectativa do técnico, pode ser positiva para o Papão. “O conjunto repetido pode nos ajudar a fazer um grande jogo, como fizemos contra o Remo”, explicou. O treinador, tudo indica, deverá manter o meia Tiago Luís flutuando entre o meio de campo e o ataque, como ocorreu no clássico.

O treinador refutou a ideia de que o Papão respira mais tranquilo após o triunfo sobre o maior rival, o Clube do Remo. “Não quero tranquilidade, senão vira passividade”, disse. “O que quero é manter o equilíbrio de atuação da equipe”, detalhou Hélio. “Quero que minha equipe tenha poder de fogo para buscar o resultado”, declarou. E quanto ao adversário? Hélio resumiu: “Acho que o Ypiranga vai jogar aqui um pouco diferente do Remo”, comparou, descartando a possibilidade de o adversário se resguardar na defesa para explorar os contra-ataques.

DOL
28/06/2019
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